Canais


Contato


+ Parceiros


Contador

ônibus Se existe uma coisa que une brancos e negros, bonitos e feios, altos e baixos, jovens ou idosos e — porque não — pobres ou mais pobres ainda. Sim, porque ricos não andam de ônibus. Ou pelo menos não costumam andar... Nesse post eu tentarei mostrar alguns macetes para que a penosa, viagem seja melhor aproveitada por você leitor não-abastardo.

Lição n° 1: Relação espaço e tempo

Para ser um motorista de ônibus não é necessário ser formado em física, nem ter conhecimentos técnicos de planos cartesianos e muito menos ter noções relativas sobre o tempo e o espaço. Logo, um dos principais problemas em se parar um ônibus é o fato de que ele NUNCA, eu disse NUNCA. Vai parar onde você pedir para ele parar. Vamos imaginar:

Você em um ponto de ônibus e lá longe se aproxima um... Você ansiosamente estende o seu braço pedindo “PELO AMOR DE DEUS” para ele parar ali no ponto onde você está. Acontece jovens iniciantes no mundo perverso do macro capitalismo. O motorista está cagando se você vai se atrasar pro trabalho ou coisa parecida. E o jeito dele demonstrar isso é, não parando NUNCA onde ele deve parar. O ponto do ônibus serve apenas como uma demarcação mostrando onde ele deve parar. Mas já diziam os sábios... Dever não é poder (não bem assim a frase mas o texto é meu e eu edito-o do modo que achar necessário).


Lição n°2: O fator monetário

O ônibus embora não pareça, é uma câmara de tortura móvel. E um de seus principais algozes é ser que efetua as cobranças. Conhecido como O Cobrador. Existe uma conspiração histórica entre as empresas de ônibus e o fundo monetário nacional, uma conspiração feita contra você usuário. Uma conspiração que estipulou a seguinte meta: NUNCA COLOQUEM TARIFAS COM PREÇOS REDONDOS.

Sim, eles querem te ferrar, eles querem que você pense, some, subtraia, divida, multiplique. Por isso se foi aquele tempo que as passagens eram: 1 real, agora é R$ 2,95; R$ 3,32. Com o objetivo de fazer você pagar com notas altas e receber aqueles 3 quilos de moeda de troco.

Lição n°3: Os passageiros da gaiola do medo

É amigo, dia estressante no trabalho… Seu chefe te deu aquela bronca por uma cagadinha inocente que você cometeu. Você teve que ir à vários lugares na cidade, sua empresa não te cedeu um carro para fazer essas “viagens” e ainda por cima vão descontar do seu salário todas as passagens de ônibus que você usou nesse dia. Que merda hein? Sem contar que agora você ainda tem que ir embora pra casa em um ônibus lotado. Bem vindo ao clube, meu amigo!

Se existe um lugar pra se achar gente que está mais na merda do que você, esse lugar é o ônibus. Uma dica bem esperta do tio William é: Relaxem, não fique bravo com as pessoas que estão entrando no ônibus e tomando o seu espaço físico.

Aliás, aí está uma coisa interessante: quando o ônibus começa a lotar as pessoas começas a brincar de Tetris, já reparou? Elas vão se encaixando, e aí quando o ônibus lotou a brincadeira é tentar tomar o espaço da outra pessoa utilizando de métodos como bundadas, axilas com anti-transpirante vencido e a famosa tática do “dá licença”.

Cara, como assim “dá licença”? Não tem como se movimentar ali dentro! O ônibus é quase um pacote de café a vácuo agora e você vem me pedir licença? Ora, vai pedir licença para o motorista! Motorista esse que tenta contrariar a teoria de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Mas no ônibus dele pode sim!

Lição n°4:Necessidade X Prioridade

O ser humano por mais que viva em uma sociedade interdependente ele tem um espírito mesquinho quando entra em um ônibus. Sim, porque existem 3 tipos de passageiros de ônibus: O merecedor, o conquistador e o torcedor.

O merecedor acha que conseguiu um lugar para sentar no ônibus porque ele merece, ele trabalhou mais que todo mundo, ele pagou mais que todo mundo, ele pegou o ônibus bem antes do terminal para conseguir um lugar pra ele. Enfim, ele merece aquele lugar e não admite um aposentado ou uma gestante vir tomar o lugar dele.

O conquistador geralmente é aquela pessoa que não é nem aposentado e nem gestante, e que sempre entra no ônibus quando ele está parcialmente lotado. Provavelmente ele sempre vai segurar uma porção de sacola, e é ai que a tática dele começa. O conquistador vai tentar convencer alguma pessoa que aquela sacola que ele esta segurando pesa 500 quilos. Logo, a pessoa ficará com pena dessa pobre pessoa lotada de sacola e oferecerá o seu lugar… Aí instantaneamente o ônibus lota.

O torcedor é o pobre ser que sabe que existem bancos reservados para pessoas aposentadas, gestantes e pessoas com problemas de locomoção. Então, ele sabe que não pode sentar ali, mas não tem mais lugar pra sentar e ele não quer ficar em pé, automaticamente ele irá passar todo o percurso do ônibus torcendo para que não entre nenhuma pessoa nessa categoria.

Lição n°5: Enganando o cara da balinha (lição final)

“Boa tarde senhoras e senhores… Eu podia esta matando, eu podia estar roubando, eu podia estar me prostituindo… Mas não, eu estou aqui vendendo balinha de goma! Uma é R$ 0,50, duas por R$ 1,00 .”

Sim, agora além de você ter que encarar uma viagem de volta para casa, cheiros de origens duvidosas e pessoas se espremendo me vêm um ser desses com uma propaganda extremamente desanimadora sobre a balinha de goma. Uma pessoa comum entenderia e não iria comprar. Agora, um proletariado estressado de um dia de merda no trabalho entenderia essa propaganda mais ou menos assim:

“Boa tarde, senhoras e senhores… Eu podia estar matando, eu podia estar roubando, eu podia estar me prostituindo… Mas não, eu estou aqui para pedir que vocês gastem o salário de uma hora de trabalho em um produto que vai causar cárie nos dentes dos seus filhos e fará vocês gastarem todo orçamento da viagem de férias para Capão Redondo que estão planejando a anos.”


Busca




Parceiros

Publicidade


Categorias

Arquivos